Mulheres imigrantes: uma oportunidade para o transporte rodoviário de cargas
- Vez & Voz
- 18 de set.
- 2 min de leitura
Encontro promovido pelo movimento Vez e Voz discute desafios e caminhos para a empregabilidade de mulheres imigrantes no setor, com apresentação da coordenadora do CRAI, Thamara Thomé.

Na última reunião do movimento Vez e Voz, realizada com empresas signatárias do setor de transporte rodoviário de cargas (TRC), o tema central foi a inclusão de mulheres imigrantes no mercado de trabalho. A pauta foi conduzida por Thamara Thomé, coordenadora do CRAI Oriana Jara (Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes), que compartilhou dados, desafios e oportunidades relacionados à contratação dessa população no Brasil.
Thamara iniciou a apresentação contextualizando o fenômeno da imigração, explicando os principais fluxos migratórios, os fatores que levam pessoas a deixarem seus países e o perfil atual dos imigrantes no Brasil, com destaque para o crescimento das migrações femininas. Ela reforçou que imigrar não é crime e que pessoas sem documentação regular não são ilegais, mas estão sujeitas a infrações administrativas.
Além disso, foram abordadas questões como a vulnerabilidade social, a dificuldade que se enfrenta com a revalidação de diplomas (especialmente em profissões regulamentadas), os tipos de documentação migratória e os caminhos para obtenção de RNM (Registro Nacional Migratório) e carteira de trabalho. Thamara destacou que o CRAI oferece orientação jurídica e documental, além de encaminhamentos para o Centro de Apoio ao Trabalhador (CAT), ainda que não faça intermediação direta de emprego.
Durante o encontro, a representante da empresa Ouro Negro, Miriam, compartilhou sua experiência com a contratação de imigrantes, citando casos de colaboradores venezuelanos, cubanos e haitianos. Segundo ela, o processo seletivo é conduzido como o de qualquer outro trabalhador brasileiro e, quando necessário, a empresa auxilia na regularização documental.
Thamara também destacou a importância de considerar aspectos culturais no processo de inclusão, já que em diferentes culturas há comportamentos diversos e formas de se relacionar no ambiente de trabalho. Exemplos citados foram culturas onde não se mantém contato visual direto com superiores, ou casos em que mulheres imigrantes desconhecem os direitos previstos em lei, como a proteção contra discriminação no trabalho e as leis sobre violência doméstica no Brasil.
A reunião reforçou o papel do Vez e Voz como espaço de diálogo, construção coletiva e promoção de ações práticas de inclusão no transporte rodoviário de cargas, fortalecendo o compromisso com a diversidade e a equidade no setor.
Para apoiar as empresas nesse processo, também foram disponibilizados o Guia para Contratação de Imigrantes no Setor Privado e o Guia para Integração de Imigrantes no Ambiente de Trabalho, ambos desenvolvidos pela Organização Internacional para as Migrações (OIM). Esses materiais oferecem orientações práticas e estratégicas para a construção de ambientes mais diversos, acolhedores e inclusivos.




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