Da teoria à prática: programas de D&I nas áreas operacionais
- Vez & Voz
- há 1 dia
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O encontro de novembro do Movimento Vez & Voz destacou a importância de construir ambientes de trabalho mais inclusivos, seguros e respeitosos, especialmente nas áreas operacionais do Transporte Rodoviário de Cargas.

Realizada com as transportadoras signatárias e em parceria com a Comissão de RH, a reunião teve como foco a apresentação da “Cartilha Orgulho Que Move” – Guia para Implantação de Programa de Inclusão e Permanência de Pessoas LGBTI+ nas Áreas Operacionais. O material foi desenvolvido como projeto aplicativo do Curso de Pós-Graduação em Gestão de Negócios da Fundação Dom Cabral (FDC) oferecido pelo Instituto de Transporte e Logística (ITL), por gestores de sete empresas do setor de transporte, além de contar com projeto-piloto aplicado na concessionária MetrôRio.
O encontro contou com a participação de Priscilla Dias, Gerente de Marketing da Mirassol, e Marcelo Mancini, Especialista em Mobilidade e integrante do Núcleo de Diversidade do MetrôRio, ambos do time responsável pela elaboração da cartilha.
Priscilla iniciou a apresentação trazendo as ações de diversidade e inclusão já consolidadas na Mirassol, como a Campanha de Discriminação e Assédio no Trabalho, realizada com todos os colaboradores ingressantes e já compartilhada também com clientes, ampliando o alcance da conscientização. A empresa, que há alguns anos se posiciona abertamente em relação ao público LGBTQIAPN+, promoveu este ano sua primeira campanha de letramento no Mês do Orgulho (junho).
Na sequência, Marcelo apresentou a trajetória de oito anos do programa de diversidade do MetrôRio, estruturado em quatro pilares: gênero, raça, pessoas LGBTQIAPN+ e pessoas com deficiência. Desde 2017, o programa passou por etapas de estruturação interna até alcançar maior visibilidade externa. Entre as ações promovidas pela empresa estão: crachás sociais, recrutamento às cegas, grupos de afinidade, processos seletivos inclusivos, além de um censo de diversidade e indicadores que orientam decisões e iniciativas internas.
O MetrôRio serviu como objeto de estudo inicial para o grupo, que identificou um desafio: embora várias ações inclusivas já estivessem implementadas, ainda havia dúvidas sobre como avançar nas áreas operacionais. A pergunta norteadora do projeto foi: “Como tornar o setor de transportes, especialmente as áreas operacionais, mais inclusivo para pessoas LGBTQIAPN+, desafiando vieses inconscientes e promovendo um ambiente seguro e autêntico? ”
Priscilla destacou que a pesquisa realizada pelo grupo revelou que, embora 74% das empresas possuam políticas de diversidade, ainda há baixa representatividade de pessoas LGBTQIAPN+ em cargos de liderança, além de persistir um cenário de insegurança para que colaboradores se assumam. Ela reforçou, ainda, que a cartilha pode apoiar organizações em diferentes níveis de maturidade no tema.
Entre as contribuições dos participantes, Sergio, Vice-Coordenador do Vez & Voz, enfatizou a importância de não temer erros e encará-los como parte natural do processo de aprendizagem. Marcelo Mancini reforçou que todos possuem preconceitos e vieses, mas destacou a necessidade de impedir que esses pensamentos se tornem ações discriminatórias. Luciana Mello, da Mirassol, trouxe à discussão a maturidade das empresas para aplicar medidas corretivas, incluindo desligamentos por justa causa, após esgotar abordagens educativas sem resultados.
No setor de transporte, Carolina Resuto, Coordenadora da Comissão de RH, ressaltou a importância da capacitação e integração para promover operações mais diversas e inclusivas, mencionando os cursos gratuitos do Sest Senat. Encerrando o encontro, Camila Florencio, Coordenadora do Vez & Voz, indicou a iniciativa de capacitação teatral conduzida por Paulo Moraes, do Sest Senat Vila Jaguara – São Paulo, disponível nos formatos presencial e online e especialmente voltada para equipes operacionais.




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