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Lugar de mulher também é no metaverso

Número de profissionais envolvidas com os mundos virtuais cresce globalmente. Empresas como a Meta, a Sandbox e a agência de NFT World of Women apostam na formação tecnológica feminina



O metaverso é, hoje, um conjunto de ambientes fluidos, mezzo flats, mezzo 3D, que, a depender da visão do interlocutor, pode já ser uma realidade ou apenas uma buzzword que só existirá daqui a 10 ou 15 anos. Porém, um fato é inegável: o número de mulheres envolvidas em sua construção é crescente, visível e tem a multiculturalidade como característica. Criadoras de realidade virtual, designers de ambientes imersivos, facilitadoras de interação social, artistas gráficas, profissionais de voice tech… A aurora do metaverso é, portanto, multidisciplinar, diversa e inclusiva. Algumas empresas já observaram a tendência e tentam garimpar oportunidades.

A Meta, em seu recente relatório de inclusão e diversidade de 2022, destacou que, desde 2019, a companhia dobrou o número de mulheres em sua força de trabalho global. E o metaverso Sandbox e a comunidade de NFT World of Women anunciaram, no último Dia Internacional da Mulher, uma parceria para construir a WoW Foundation, voltada para a capacitação profissional feminina nos segmentos de NFT e metaverso. A Sandbox doou, inclusive, US$ 25 milhões para cursos e programas de aceleração. Por fim, Cathy Hackl, ex-jornalista, estrategista da Web3, futurista e fundadora da Journey (antes conhecida como Futures Intelligence Group), foi a primeira profissional no mundo a ser nomeada “Chief Metaverse Officer” – um cargo que a equipara, em termos de poder de decisão, aos outros executivos do board.


Multidisciplinaridade

O movimento é tão intenso que a Women of Silicon Roundabout, entidade inglesa fundada em 2015 e que realiza o evento “Women in Technology World Series” resolveu destacar em sua próxima edição, em 22 e 23 de novembro, no ExCeL London, uma área de palestras dedicada à liderança digital e o conjunto de competências necessárias para “lidar com as paisagens tecnológicas que estão evoluindo, manter o ritmo e abraçar a mudança.” O evento já conta com 4.500 participantes, 100 exibidores e 250 palestrantes.

Mas não são necessários eventos ou capital corporativo para que cada vez mais mulheres decidam focar suas energias na construção de outros universos para além do mundo físico. O evento “Women Beyond” realizado no último Dia Internacional da Mulher, tanto no metaverso e no streaming, revelou as motivações destas criativas que estão usando as tecnologias imersivas para moldar um futuro novo.

Mulheres como a artista plástica, tatuadora e criadora de VR norte-americana, Ang’l Artiste. A francesa Candice Houtekier, fundadora da Art Collision, um estúdio criativo com sede em Toronto que organiza exposições de arte e hospeda eventos em VR. Como a ganense Mary Spio que fundou a CEEK, uma plataforma metaverso para entretenimento com Lady Gaga e Demi Lovato que, durante a pandemia, foi usada para atenção plena de pacientes com câncer. Ou ainda a britânica Mary Matheson, diretora de cinema que incorpora ambientes 3D em seus documentários, co-criados com os próprios protagonistas. May é a diretora principal da série de 10 partes 360° New Realities VR Series 10 Young Women 10 Countries.

Mas o movimento não é só internacional. O Brasil também é um celeiro de talentos femininos na construção de metaversos, NFTs, Web3 e blockchain. Nomes como Ana Constantino, uma publicitária e artista conceitual instalada em Nova York desde 2009, que criou, com John Morris, o metaverso Nowhere; a designer Mariana The Hawk, que cria avatares e roupas digitais e Vitória Cribb, designer industrial que submergiu no universo 3D surgem como pioneiras.

A nova onda também abre espaços para profissionais multidisciplinares como Simone Kliass, administradora de empresas, especialista em voice tech e fundadora da XRBR (Associação Brasileira de Realidade Estendida) e Caroline Nunes, advogada que resolveu lançar uma plataforma de registro de propriedade intelectual baseada em blockchain. Ou ainda para a fashionista Reis Rodrigues, que se tornou a primeira mulher preta brasileira a criar um avatar no metaverso, a Reis 2.0. As oportunidades são inúmeras e, como se trata de um segmento em expansão, oferecem espaço para múltiplos perfis.

Veja os conselhos que as criativas reunidas pelo “Women Beyond” compartilham, por exemplo, com outras mulheres que queiram explorar profissionalmente a tecnologia imersiva:

  • Encontre sua paixão: pense no que você deseja mudar no mundo físico e canalize-o para a realidade digital.

  • Junte-se a comunidades de RV para mulheres online: procure conselhos e recursos de outras mulheres através de comunidades online como fóruns e grupos do Facebook.

  • Inspire-se: mergulhe no trabalho de outros criadores. Confira nossa lista de mulheres inspiradoras criadoras de realidade virtual.

  • Venha como você é: você não precisa ser técnico para criar – apenas comece. Você pode começar com Wi-Fi e um laptop.

Fonte: The Shift

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