O encontro online aconteceu na manhã desta terça-feira (04)
“O índice nasceu de um grupo de trabalho criado depois do primeiro encontro do Vez & Voz. Capitaneado pelo IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga), feito à muitas mãos”, informou a coordenadora da Comissão do Vez & Voz, Camila Florencio.
Logo no início de sua explicação, ela falou que o relatório com o indicador tem por intenção tirar um retrato do setor, para acompanhar a evolução quantitativa e qualitativa em relação às políticas de equidade de gênero.
Por sua vez, Ellen Santiago, coordenadora da Comissão de RH, relembrou que, já na segunda edição do Encontro do Vez & Voz, que ocorreu no último dia 22, foi apresentado em primeira mão, o Índice de Equidade do TRC, pela economista do IPTC, Raquel Serini.
A economista foi convidada novamente a expor o estudo e conceder informações mais detalhadas, sobre os dados e o posicionamento das empresas do setor, para os membros das Comissões de RH e do Vez & Voz.
“Disseminando este estudo vamos alcançando o nosso objetivo. Hoje a mulher no TRC está muito mais no administrativo e em cargos preliminares como supervisão, mas ainda não em funções de alta liderança”, compartilhou Serini.
A economista mostrou que de uma escala que vai de 01 até 100, o Índice de Equidade do Transporte está em 37, revelando que o setor ainda precisa melhorar muito em políticas de combate ao assédio, no aspecto de diversidade, em programas de benefícios, além de dar oportunidade para as mulheres em cargos de alta posição.
Por outro lado, em se tratando de promover capacitação e treinamentos para as profissionais, o setor teve um resultado razoável.
“De modo geral, não vejo um resultado negativo, mas sim de esperança, daqui em diante caminhamos para uma evolução”, falou.
Além de ter uma visão completa do setor, as empresas que participaram da pesquisa receberam seus relatórios individuais, para que possam melhorar nos quesitos que tiveram menor destaque.
“Muitas vezes, isso pode ser feito sem nenhum investimento, como por exemplo, implementar uma escuta ativa. Com o relatório a empresa pode ver onde se encontra dentro do índice, e para aonde ela pretende ir”, conta a economista.
“Quanto mais pessoas participam, mais rica fica a pesquisa, além disso, a empresa tem a possibilidade de ver seus resultados individuais. É uma ação recíproca. Para o RH essa questão da equidade é muito importante, porque está alinhada à pauta do ESG”, comentou Santiago.
A dificuldade de fazer equiparação salarial foi um dos pontos do estudo que chamou a atenção de Luciana Mello, gerente de Recursos Humanos e de ESG no Grupo Mirassol. “Precisamos trazer a luz a este tema e reconhecer a mulher quando ela merece ser reconhecida”.
Para Helena Costa, jornalista do Setcemg e da Fetcemg, o índice é capaz de sensibilizar pessoas e empresas. “É algo muito importante de tratarmos. É devagar e com insistência que vamos mudando o quadro”.
“O índice é um material que serve de base para fazermos a lição de casa”, argumentou Fernanda Veneziani, coordenadora da comissão de Sustentabilidade do SETCESP. “E não basta fazer, tem de mostrar o que está sendo feito”, apontou também.
A presidente executiva do SETCESP e idealizadora do movimento Vez & Voz, Ana Jarrouge, na ocasião falou da representatividade feminina na entidade de classe, revelando que estará por mais quatro anos como integrante da seção de Cargas na CNT (Confederação Nacional do Transporte).
“É um trabalho que temos que fazer e temos que falar. A gente tem nas entidades uma atuação política. Estamos construindo um caminho sólido”, afirmou Jarrouge.
Já finalizando, Florencio anunciou a reativação dos grupos de trabalho do Vez & Voz e contou que o próximo objetivo será a criação de uma premiação em homenagem às empresas e suas boas práticas.
“Queremos dar palco às ações positivas desenvolvidas pelas transportadoras”, explicou a coordenadora. “Mostrar que o nosso setor está empenhado em uma mudança de cultura”.
Clique e veja o resultado completo do relatório do Índice de Equidade do TRC.
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