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Ludymila Mahnic: “Nos reconhecer como iguais e aliadas”

Trabalho desde os 15 anos de idade na Mahnic, transportadora que leva o sobrenome da minha família. Comecei na empresa como telefonista e depois fui para vários departamentos, até aprender a rotina administrativa, passar para a área operacional e por fim, comercial.

Acervo pessoal

Sempre fui fascinada pelo trabalho do meu avô, pai e tios. O ramo de transporte nunca foi algo que eu quisesse tirar da minha vida profissional.

Muito disso, porque a correria do dia a dia me faz sentir motivada. Sou o tipo de pessoa que gosta de trabalhar sob pressão, então a cada dia, vejo que estou na empresa e ramo certo.

Embora, confesso que, com uns 20 poucos anos, tive vontade de sair da empresa e procurar algo, mas ainda assim, com foco no transporte e logística.

O transporte rodoviário de cargas é todo dia uma caixinha de surpresa. Você nunca vai embora para casa já sabendo o que vai fazer no dia seguinte. O amanhã reserva novos clientes, cargas e contratações.

Até hoje, quando vejo os caminhões entrando e saindo do pátio ou passando em alguma rodovia, me arrepio por constatar o quanto todo trabalho (e algumas dores de cabeça, rsrsrs!) valem a pena.

É sempre um desafio colocar os veículos e motoristas para rodarem e fechar os ciclos de viagens. A atividade de transporte rodoviário compreende as 24h do dia, e tem coisa que não podemos deixar para o dia seguinte.

No horário comercial estou 100% a serviço da empresa e tento organizar coisas pessoais no horário de almoço ou após às 17h. Não é fácil! Confesso que este ano planejei diminuir o ritmo para cuidar mais de mim. Mas eu faço realmente o que amo, então compensa.

Sei que ainda tenho algumas coisas para conquistar no âmbito profissional. Ainda quero fazer notória a força da mulher no transporte e também o avanço de uma empresa familiar, que está em sua 3ª geração.

Acervo pessoal

Comecei 2023 com dois projetos em mente. O primeiro é palestrar sobre mulheres na liderança de organizações e o segundo é apresentar que empresas familiares, podem e conseguem ter sucesso. Ainda existe um tabu que essas empresas não passam de 2ª geração.

Estou, também, engajada em ações educativas para combater a desigualdade de gênero e ampliar as ações afirmativas, como a reserva legal de cotas para mulheres em alguns cargos.

A mulher tem uma visão mais ampliada da sociedade e é mais afeita ao diálogo, ao mesmo tempo que demonstra também ter qualificação semelhante à dos homens para ocupar quaisquer funções.

Acredito que não estamos muito longe para alcançar a equidade de gênero no mercado de trabalho. Já provamos que podemos cuidar de casa, filhos, de nós mesmas e ainda nos destacar nas empresas.

Acho que precisamos do reconhecimento de que as mulheres, na maioria das vezes, são as responsáveis pelas tarefas domésticas de cozinhar, limpar e cuidar das crianças. Esse trabalho é continuamente subestimado e pouquíssimo valorizado.

Temos o dom de resolver várias coisas ao mesmo tempo. Mas que fique bem claro, não é questão de concorrência com os homens, ao contrário só estamos aqui para somar.

Tenho percebido também que a maioria das empresas vem abraçando a causa de equidade de gênero, garantindo que trabalhadores, sejam homens ou mulheres, recebam a mesma remuneração por um trabalho de igual valor. Mas infelizmente, como em todos os lugares, ainda há empresários machistas que veem como normal a falta de equiparação salarial.

Acervo pessoal

Nossas conquistas são recentes, e a sociedade ainda não assimilou. Por este motivo, considero o feminismo ainda hoje imprescindível para ascensão das mulheres, já que que uma parcela do patriarcado ainda resiste.

Em termos culturais, a autonomia da mulher ainda é restrita, e isso reflete inclusive na aplicação das leis.

Venho de uma família composta, em grande parte, por homens e confesso que por muitos anos tive dificuldade em demonstrar que eu também era capaz de exercer funções que envolviam apenas eles.

Tudo isso me fez, não somente ficar mais forte, mas querer mostrar meu trabalho com perfeição, garra e excelência.

Precisamos nos manter unidas, atentas e fortes. Nos reconhecer como iguais e aliadas. VAMOS JUNTAS?!

Por Ludymila Mahnic, gerente comercial da Mahnic Operadora Logística

Siga a no Instagram a @ludymilamahnic e a @mahniclogistica

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