top of page

Michele Lemes: “quando você vê um local onde só tem homens, a gente, que é mulher, acaba não querendo ir”

Acervo pessoal Michele Lemos
Acervo pessoal Michele Lemos

Trabalhava em uma agência de publicidade, quando uma amiga me perguntou se eu não gostaria de trabalhar em uma transportadora. Ela iria sair de lá e queria me indicar para a vaga dela. A empresa era bem ao lado da minha casa, resolvi que era uma boa oportunidade.

Fiz a entrevista e passei. Fiquei 10 anos nesta empresa e lá dentro fui crescendo. Primeiro, assumi o atendimento no SAC, depois fui para o atendimento dedicado de contas e por fim, para a área comercial.

Quando saí dessa transportadora, fiquei um tempo sendo motorista de Uber. Até que veio a vontade de voltar para o transporte, porque trabalhar como Uber é muito instável.

Entrei em outras duas transportadoras até vir para o SETCESP, onde trabalho atualmente.

Sempre gostei do contato com as pessoas, e foi isso o que mais me fez falta quando saí do transporte. Meu trabalho no setor sempre envolveu falar com muita gente. Posicionar o cliente sobre a mercadoria, agendar visitas comerciais, apresentar os serviços. É muito dinâmico.

Hoje, fico feliz em ver as transportadoras fechando a filiação. Essa é minha realização profissional. O coração bate mais forte quando recebo ou ouço a mensagem: “oi, quero fechar a parceria com vocês”.

Este é o resultado daquilo que faço: apresento os serviços da entidade para as transportadoras e, se a empresa pegou a visão do que é o SETCESP, ela quer ter este nosso apoio.

Acervo pessoal Michele Lemes
Acervo pessoal Michele Lemes

Algumas que, ainda não fecharam parceria conosco, geralmente é porque estão passando por um momento difícil e aí, se veem obrigadas a reduzir custos. Nosso setor é bem suscetível ao mercado. Guerras, imposição de tarifas, inflação, tudo impacta aqui.

Nos trabalhos que tive nas transportadoras, lidei tanto com mulher quanto com homem, porque sempre estive na parte administrativa.

Lembro de uma antiga colega de trabalho, que era do comercial e entendia muito do operacional, se uma carga se perdia, ela sabia exatamente onde procurar, e que se destacou tanto que conseguiu mudar de área e ainda assumir o cargo de supervisora operacional.

Ela foi muito corajosa, porque era uma área que só tinha funcionários homens ali. E quando você vê um local onde só tem homens, a gente, que é mulher, acaba não querendo ir. Dependendo da mulher, ela não se sente confortável.

As empresas que querem ter internamente mais profissionais mulheres, têm que criar o ambiente para a mulher se encaixar naquele trabalho. Incentivar não só uma, mas várias para que, uma possa passar segurança para outra.

Eu mesma, quando trabalhava no administrativo, nunca pensei em ir para o operacional. Até porque, quando eu fazia o atendimento na transportadora, já cultivava a vontade de ser vendedora. É o que sou no SETCESP. Foi difícil conquistar essa oportunidade.

As dificuldades também fazem parte do nosso crescimento. Nada vem fácil, é preciso dedicação. Se tivesse me abatido no passado, não estaria onde estou hoje.

Amo o transporte e o departamento comercial. Ele me faz querer crescer e melhorar a cada dia.


Michele Lemes é responsável pelo relacionamento com o transportador no SETCESP.

 

Comentarios


O movimento Vez & Voz é uma iniciativa do SETCESP - Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região.

A reprodução de conteúdos é permitida desde que citada a fonte.

Logo SETCESP branco.png
bottom of page