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O poder das palavras e o papel da mulher executiva: uma reflexão sobre imagem e liderança

Rodrigo Bernardino , Fundador e CEO - Grupo Mostra de Ideias (GMI)
Rodrigo Bernardino , Fundador e CEO - Grupo Mostra de Ideias (GMI)

Nos dias de hoje, a exposição nas redes sociais é inevitável. Como muitos, já refleti diversas vezes sobre o cuidado necessário ao expressarmos algo publicamente. Nem tudo o que pensamos deve ser dito sem antes ponderar as possíveis consequências. As palavras, especialmente quando proferidas por líderes e figuras públicas, têm um impacto que vai muito além do momento em que são pronunciadas.

Recentemente, acompanhamos o caso de Tallis Gomes, que, como CEO e Presidente do Conselho do G4, utilizou suas redes sociais para fazer um comentário inadequado sobre o papel da mulher executiva. Embora ele tenha tentado se explicar, a repercussão negativa já havia tomado conta do público. Esse episódio me fez refletir sobre como líderes, que passam anos construindo uma imagem de sucesso e competência, podem, em um único deslize, prejudicar não apenas suas reputações, mas também os negócios e a confiança neles depositada.

É inevitável pensar o quanto a imagem de um executivo ou de qualquer profissional precisa ser cuidadosamente gerida. Contudo, mais do que isso, a situação de Tallis trouxe à tona outra questão essencial: o papel da mulher no mundo corporativo. Por muito tempo, as mulheres foram privadas da oportunidade de ocupar cargos de liderança. Embora esse cenário esteja mudando, elas ainda enfrentam preconceitos, desafios e estereótipos que colocam em dúvida sua capacidade. Ao analisar esse caso, não pude deixar de refletir sobre o quanto ainda precisamos avançar como sociedade para valorizar, apoiar e promover a presença feminina nos altos cargos.

No Brasil, já temos exemplos de mulheres que não apenas conquistaram esses espaços, mas também fizeram e continuam fazendo a diferença. Uma delas é Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza e uma das empresárias mais influentes do país. Ela é um símbolo de liderança feminina, destacando-se por sua visão inovadora e seu compromisso com causas sociais, como a inclusão de mulheres e minorias no mercado de trabalho. Outra referência é Cristina Junqueira, cofundadora do Nubank, que revolucionou o setor financeiro e demonstrou que, sim, mulheres podem e devem liderar grandes empresas de tecnologia.

Além dessas figuras inspiradoras, tenho a felicidade de conviver com várias mulheres executivas que são verdadeiros exemplos de liberdade e responsabilidade. Elas conseguem equilibrar suas famílias e seus negócios, muitas vezes desafiadores, com maestria, sabendo dosar seus compromissos diários de forma brilhante. Com isso, conquistam a admiração de todos ao seu redor, provando que é possível harmonizar o sucesso profissional e pessoal. Essa capacidade de liderança e organização é uma das maiores forças da liderança feminina, e é justamente o que as torna admiradas e respeitadas.

Como conselheiro do Movimento Vez&Voz do setor de transporte rodoviário de cargas, conheço de perto histórias de mulheres inspiradoras que, dia após dia, rompem barreiras, conquistam seu espaço e se destacam em um setor tradicionalmente dominado por homens. Essas mulheres, com coragem e determinação, transformam o ambiente em que atuam e mostram que a liderança feminina é fundamental para o desenvolvimento do setor e da sociedade como um todo.

Essas mulheres são provas de que, apesar dos obstáculos, o potencial feminino é imenso e precisa ser reconhecido. Elas servem como exemplos de como a liderança feminina pode transformar negócios, inspirar outras mulheres e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.

Assim, para mim, o episódio de Tallis Gomes é um lembrete de que, como líderes ou pessoas influentes, devemos refletir constantemente sobre o impacto de nossas palavras e ações. Mais do que preservar nossa imagem, temos a responsabilidade de contribuir para um ambiente mais inclusivo e respeitoso, onde mulheres possam ser reconhecidas por seu valor e competência. Afinal, a construção de uma sociedade mais justa começa com pequenos gestos, e as redes sociais, por mais imediatas e voláteis que possam parecer, têm o poder de amplificar esses gestos – sejam eles bons ou ruins.

Que possamos todos refletir sobre como podemos usar nossa influência de maneira positiva, especialmente em uma era tão carente de bons exemplos.


Rodrigo Bernardino, Fundador e CEO - Grupo Mostra de Ideias (GMI)

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