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Um trio com o transporte no DNA

O ano era 1999, quando as três irmãs, Cláudia, Daniela e Luciana decidiram juntas abrir uma transportadora. Nascia ali a Expresso 9002.

“A vontade surgiu pelo fato de termos avô e pai caminhoneiros. Era uma alegria enorme ver a carreta estacionando em frente à nossa casa quando eles retornavam de uma viagem”, conta Claudia lembrando também das viagens feitas, quando criança com o pai, na boleia do caminhão.


As irmãs relataram que começaram a transportadora com poucos recursos, grandes financiamentos e muita coragem.

“Compramos nosso terreno em muitas parcelas, fizemos leasing para adquirir os caminhões, e assim, fomos crescendo. Trabalhando de dia, às vezes à noite, e em muitos finais de semana”, fala Daniela.

Elas dividiram entre si as principais funções da empresa. Luciana assumiu o cargo de diretora administrativa e Daniela, assumiu a diretoria do financeiro e do RH, enquanto Cláudia, ficou como diretora comercial.

Todas possuem formação em administração de empresas, mas revelam que desenvolveram funções além da área administrativa, como operar empilhadeiras, fazer conferências de cargas e dirigir pequenos veículos.

Ao longo desses 23 anos de empresa, muitas mudanças ocorreram contribuindo para o crescimento da Expresso 9002.

A transportadora, localizada na cidade de Salto/SP, teve como primeiro cliente uma empresa de tintas e se especializou no transporte do produto, chamando atenção de outros embarcadores deste nicho. Atualmente, presta serviço para pelo menos 5 marcas diferentes de tintas.


“Quando mais jovem, não imaginava que conquistaria tanto, mas foi um processo de superação diária e me sinto muito feliz e satisfeita com o resultado alcançado. Cada dia um novo aprendizado”, diz Daniela.

Um diferencial da Expresso 9002 é ter grande parte do seu quadro de funcionários composto por mulheres.

“Gostamos muito de ter mulheres em nossa empresa, só para destacar algumas, temos a gerente do Sassmaq, do operacional, do financeiro, a faturista noturna e a empilhadeirista. Já tivemos também motorista mulher; e só não temos mais, porque há pouquíssima oferta de condutoras de veículo de carga em nossa cidade”, avalia Claudia.

Incentivar a inserção das mulheres no mundo corporativo, em especial, no setor de transporte, ajuda a promover a autonomia econômica delas e minimiza certos preconceitos.

“No começo, percebi que alguns homens não gostavam de receber ordens de mulheres, que além disso são mais jovens que eles, mas isso foi superado com o passar do tempo”, disse Daniela.

Luciana também compartilha que alguns colaboradores homens, se sentiam desconfortáveis por serem gerenciados por mulheres. “Porém, sempre mantiveram o respeito e conforme foram conhecendo meu sistema de trabalho, passaram cada vez mais, a confiar em nosso desempenho e resultados”.

Hoje, para elas já é muito natural trabalhar no setor de transporte, mesmo sendo predominantemente ocupado pelo universo masculino. “Afinal de contas, essa vocação já estava em nosso DNA”, assegura Claudia.


Embora considerem que já conquistaram o seu espaço, sabem que para muitas mulheres faltam reconhecimento e equidade. E como empresárias, compreendem que é imprescindível a valorização da profissional feminina.

“É necessário que a remuneração seja a mesma para ambos os sexos que exercem a mesma função, e que a vaga seja preenchida mediante avaliação de capacidade, conhecimento e desempenho, independente do gênero”, comenta Daniela.

Claudia, por sua vez, conta que admira mulheres que assumem cargos, antes ocupados apenas por homens. “Tenho muito orgulho de mulheres que lutam por seus sonhos e ideais, sem deixar se intimidar”.

“A mulher deve estar onde ela deseja, onde se sente feliz e realizada. Seja uma excelente mãe, dona de casa ou profissional”, acredita Luciana.

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